quarta-feira, maio 21, 2008

Pequenas e Lindas.

Se você já não quer, apenas não prolongue. Seja. Porque não há nada menor, menor, menor do que calar-se para, perante, até que seja tão tarde, muito tarde. Pratique, pratique sempre, senão será sempre teoria e nem a tentativa mais será glória. Vamos em frente. A gente se esquenta, se apoquenta, mas vai levando. Solta um sorriso, cai uma lágrima, respira fundo e as vezes grita. Mas dá pé quando se quer. As vezes me entrego, noutras já falo sem parar.Achando ter milhões de concepções e argumentos para muitas coisas as quais me perguntam ou apenas me contam. Coisa de anciã mesmo. E o que conseguimos fazer, eu jão não sei bem mais o que é. Ainda assim vamos em frente.
Ando com saudade daquelas borbuletas na barriga, daquela risada tímida e do teu olhar singelo. Mas hoje é, e o tanto faz me desagrada um pouquinho.
Aquele cheiro que trazia angustia, ainda faz falta. São coisas tão pequenas, pequenas e lindas que já não queres mais, quero saltar; o que já não queres mais, ainda sonho com elas e meus sonhos muito bem me alimetam.

terça-feira, maio 13, 2008

















O Céu ta rabiscado de cinza, perfeito pra se aconchegar em braços e silêncios.Vontade curiosa de desejar um boa tarde e de comtemplar o céu de braços abertos.

Ficcção ?

Não sei bem, não sei ser específica. Percebi isso pela manhã ao responder ao email de um grande amigo. Muito Grande. Óbvio após 20 anos, só eu mesma pra perceber. Fato e fato claro. Se isso é um problema não sei. Ou se sei, não quero admitir. E metáforas já não me bastam, me torram. Amplitude que nada. Os fatos, a clareza, a limitação em certos aspectos, são coisas que tem me atraído. Não me pergunte o porquê. (Engraçado, até parece, quem vai querer saber do porquê.)Indiferença e egoísmo, palavras que vem há muito, me azucrinando e fazendo crescer a ferida. Escolhas. Variação. Renovação. E de tudo que eu via e que vivo, me faltam expectativas. Sei que é um drama. Porém ando sim cheia deles, não vejo esperança. Sem vontades. Reclusão.Nostalgia. Saudade.
A idade parece trazer à tona, velhos conceitos e coisas que minha vó dizia e eu começo a me encaixar. Daí eu me perco e começo também a subir em cima do muro. A cada tentativa minha, uma negação.
Não sei. Inconsequências, despreparos, exageros, desmedidas com grande pitada de retrocesso, fugimos do analógico o que nos leva a sermos mais canibais do que a medida do dito saudável.
Tá, ok....digital,o controle, o poder, controle remoto, talvez quem sabe a perfeição ou ao menos espelho dela. E dentro de tudo isso pesam e se desdobram milhares de conceitos quase que impossíveis de se conceituar. Já nascemos meio nostálgicos e fadigados, como faz pra abraçar o mundo sem descruzar os braços? Mesmo sabendo que não cabe, o desejo é e faz poder ser. A gente vê tv, anda de carro, tem orkut, liquidificador, microondas, Ipod, cartão de crédito, drogas da cura, isqueiro, copo plástico, cheque especial, nome, número, endereço, interfone, geladeira, grill, internet, tv a cabo, casa de praia, alcool, mão de obra, tecnologia de ponta. Aprendemos a armazenar lembrança, foto, foto, fato, filmadora, academia, passarela, jato.Tem lugar pra aparender a passar no vestibular. Mas eu não sei dar primeiros socorros. Tem manual pra ser instintivo? A gente escreve, apaga, dorme, acorda. Tem muro alto, porque eu evoluí demais eu não sei respeitar o limite do vizinho e até porque a gente não nasceu com essa noção de limite ela veio na caxinha. Eu sei, existem outras coisas do lado de fora do muro. Não sei, tô meio azucrinada. Ah acabaram de dizer na tv, que está ligada a um satélite, que todas as informações estão "salvas" no pen drive.

A Song of Joys





















"Algo perigoso e terrível
Algo distante de uma vida mesquinha e piedosa
Algo desconhecido, algo em transe
Algo desprendido de sua âncora
que navegasse em liberdade."

Trecho do poema " A song of Joys"- Walt Whitman

As vezes penso que sim.

As vezes me sinto destinada,
desde o instante que ouço a voz plena de tua amada
(como ouvi há pouco)
e no instante que me refaço
lendo versos teus.
Penso que vieste
para que eu pudesse rever as coisas ternas na vida

como ler um poema
sem intenção de entende-lo
como viver a vida
sem a intenção de entende-la
apenas sentir na ânsia de cuspir o sentimento,
que fazes brotar de diversos lados
principalmente do âmago " de sermos"

me alimento
me curo
me protejo
na sua existência,
nos teu versos
dentro da sua lembrança


- e do lado de dentro, não há tempo, há esperança.

A Fala sem Fim

Calar é parte do refúgio do poeta bebâdo que não se permite Não fingir

Silêncio que denuncia a própria alma

Prelúdio, para se confessar
seja pra quem for.
E praquele que denuncia a minha dor
e dispõe a alma, para eu não calar,
anuncio um silêncio melancólico,
Insistindo que fingir ameniza a minha dor,
e repetitivamente anuciando o silêncio
Já que o meu avesso desordenado,
grita
revira
clama
pela exposição da ferida, amarga
gosto de féu (?)
avesso claro
de quem deveras transforma o que sente,
Fingindo que não existe dor

Tens aqui, declamado,
meio palavras tortas, o motivo perdido, pra enfrentar o meu silêncio,
Desvendando porque as palavras, que sempre me foram tão conpanheiras,
hoje me faltam, pois não fingir, é sentir uma dor tangente.