quarta-feira, julho 25, 2007

Ao meu eterno Companheiro

Já não há mais espaço pra falta que eu sinto

do teu cheiro
da tua voz
do teu medo
da tua serenidade
da tua dor
da tua indecisão
da risada escancarada
e da tua credibilidade no seu tempo
saudade dos seus atrasos
das suas desculpas
das suas certezas absurdas
da nossa fala incompreensível pros outros
e companheríssima a nós.

Saudade de bater forte em você e te ver puto
de contar pra todo mundo que você já teve uma verruga que tinha nome.
Contar que você toma café com leite, biscoito e queijo prato derretido.

Saudade da parede azul do seu quarto
Saudade a sua organização obssessiva
do seu irmão
da tua mão
do teu violão

saudade da nossa madrugada
saudade daquele nosso primeiro telefonema de 23 às 09,
saudade do cíume absurdo que as pessoas sentiam da gente
saudade de ouvir as pessoas falando: não é possível que vocês são só amigos.
Só companheiros.

Saudade de poder andar 5 minutos as três da madrugada e estar na tua porta e dizer: só passei aqui pra te ver.

ahhhhhhhhh
dos passeios de bicicleta
do açaí na praça
de fazer carinho nas tuas costas
de você me ligar e dizer: ouve o que eu escrevi.

ô saudade:

de ter que implorar pra sairmos logo de casa
ou de cozinhar porque você estava com fome e porfim ouvir você dizer:
caraca Ana isso é bom hein. (rs)

saudade do CCBB
saudade do Paço
saudade da Artner video, aonde passávamos um bom tempo.
da madalena
de ir de bicicleta até a Estrada do Guerenguê.
saudade do cabelinho
saudade de nós dois em outro tempo.
Um Tempo nosso

Saudade de tocar A primeira vista até a mão pedir arrego
Saudade de ver você puto e dizendo que eu estragava tuas músicas até eu conseguir te convencer que a arte é livre.

Saudade de te levar para comprar sapatos
de te enteder
de te criticar
saudade daquele terraço

Saudade de irmos pro centro consumir
de te chamar incessavelmente de gay, bicha,viado
de ir ao MV Brasil
saudade de nos indignarmos
de debatermos sobre qualquer assunto e concluirmos que Raul é o nosso rei.

mas minha saudade entalada de tempos é de chorar até dormir no teu colo.
mas só uma coisa ameniza tudo isso: o amor que eu sinto por você
e a certeza de que sempre serei a companheira Floriano e você o companheiro Daniel Luis Ignacio.

segunda-feira, maio 28, 2007


Lua nova
elemento novo
.gêmeos
.ar
'tudo novo de novo'
a velharia ainda está guardada no armário
e a dor parece que não querer párar de se renovar.
sim, se foi Abril.
Maio está no final
e junho vem chegando e o pensamento permanece inerte
inerente ao que nos envolve
sempre
sempre

Filhos do vento
a merce dos sentimentos
mudos sem coragem de gritar.

mediocridade
café pequeno
'veneno paralisante que antecede o fim.'
mesquinhez.
humanos somos.


u'a vontade de me consumir até o fim.

quinta-feira, maio 03, 2007

a cidade vazia;
o cheiro de mar me invade;
transbordo de ausências
de faltas.

Se fosse,
se fossemos assim como em pensamento
a cidade acinzentada já não seria.
o que jaz de mais ínfimo seria.
o copo raso
o cheiro áspero

u'a vontade de te consumir


a espera na janela se cria, no silêncio congelado ao teu partir.

domingo, março 11, 2007

Pretensão dos Sonhos


Precisa-se.

Sempre que a corda aperta abrimos as mãos sem pensar.
Observamos os dias, que passam. E vejo distância do que sempre busquei pra mim: laços incondicionais.
É certo que tudo se condicione; há e sempre há de haver algo muito maior do que você e do que eu. Pra uns, isso atua como uma barreira, impulso pra estagnação. Pra outros, apenas mais um degrau dessa busca infindável. E tentar pensar no meio de tudo isso, não é tarefa nada fácil, à nós que não queremos sentir dor. Pensar dói .
Engraçado que outro dia alguém disse: o amor é assim mesmo, dói e dói mas depois passa -doer é parte grande do que se sente ou do que se pode sentir.
Passadas variações de tempo e de espaço físico, o que resta é sempre sentimento abstrato (concreto somente dentro de nós) e nós, fazemos na medida das nossas verdades, que ele seja piamente real: Fé.

Mas se pararmos pra pensar que é sentir que nos move - tudo pode passar a ser uma grande contradição ou ilusão então ....

Acredito que acreditar é a maior verdade que possa haver.

E se me perguntarem no que acredito?

Creio, creio não -acho que, setenciar-me agora não seria tão adequado quanto não me setenciar - essa sensação constante de crescimento e distância dos valores, que eram tão fortes e tão sonhados, pelo amor da nossa juventude, fere forte dentro do nosso peito, traz uma sensação de fim de estrada -fim da linha imaginária, como se os sonhos não pudessem mas se realizar ou talvez nem ao menos pudessem ser sonhados. Acho que se finda em uma espécie de túmulo, dramas à parte, é sim como a morte de coisas ternas, brilhantes, eloquentes e infinitas.

E se eu ver morrer a flor mais linda que humano já pôde plantar?
Alguém vai me dizer o que fazer?

Muitos dizem: não tenho medo de nada. Eu tenho medo de tudo, até da tristeza que já passou por mim e as vezes tenho medo que ela volte a me assombrar. Por vezes volta.
Medo de voltar a achar que tudo pode ser ilusão.
medo do escuro literário que assombra um coração amante.
medo de contradizer até a alma, por que o mais viril de todos já se contradisse e nada pudemos fazer.

o Amor ainda é refratário fundo, denso, chama forte e quente, doce. É a pretensão dos sonhos .
e ainda assim, é premisso de nossas vontades.
pode ser amargo se quisermos.

Só existe o que permitimos?

Isso sim é viver na loucura. O medo de amar.
No amor corriqueiro,vejo, o mais importante não é amar, e sim ser amado da mesma maneira e com a mesma intensidade que julgamos que amamos.


Deve ser por isso que não me enquadro e fingo que desisto.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007