sexta-feira, janeiro 28, 2011

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"eu só vou se for pra ver uma estrela aparecer na manhã de um novo amor" 

De que são feitos os nossos olhares? 

Das dúvidas que carrego no meu peito, dos sonhos que alimentam minhas buscas,das vontades desenfreadas de cuidar do que amo, sou um velho baú de felicidade e gratidão. Mas ainda assim do que são feitos os nossos olhos?

quarta-feira, janeiro 19, 2011

antes do ínicio

Lumiar,01 de Janeiro de 2011
Havia uma leve clareza do que me faltava.
Será que faltava um pouco mais de mim ou um pouco mais de alma?

Puro clichê e toda a relevância da natureza querendo entrar no meu peito, mas as vezes parece que o que falta é o espaço dentro dessa mística que me entorpece.
Distrinchamos, ou melhor, encontramos com as portas minhas que estão fechadas. Óbvio que decidimos que seria o momento da chave na fechadura.
A minha ignorância me mantém perto de todo o amor que eu preciso e meu corpo está numa temperatura desordenada.Sou feita de luzes que não se autoexplicam e não chegam a um denominador comum. Hoje, tento permanecer em silêncio. Tento não olhar no seus olhos. Sou uma ventania angustiada que necessita cessar. "Seria o acaso e não sorte" Eu não paro.Cuspo. Mas sinto ainda todo o meu peso e já é ano novo. Eu escondo sorrissos. Saudades de ir para casa.

segunda-feira, janeiro 17, 2011

velhas grades

eu já havia desejado os teus olhos,
mesmo em meio tanta preocupação e uma leve ardência no estômago.

Daqueles dias de náuseas
Daqueles dias que anseio cheiro de calma,
me sentia incoformadamente num desses filmes holywoodianos.
Assistir, simplesmente assistir, causava mais que dormência, mais que tristeza,
atestatava minhas mediocridades mas ainda assim deixava claro para onde eu deveria seguir.
Eu abri os meus olhos pela manhã e comunguei com o Universo como quem não quer repetir os mesmos erros. Eu sentia sede.

eu egoístamente sentia sentia sede de sonhos
eu erradamente queria fazer música dos teus olhos
eu tolamente queria promover mudanças com as tuas cores
queria sentir o cheiro, fazer poesia.

Só que hoje não fez sol,
Hoje não é um dia de sol, mesmo que eu pense em permitir que as borboletas invadam o meu estomâgo.

Tuas grades me fizeram querer ir além de mim.
e das minhas fatias que pensam em  mudança, te vejo
dos meus velhos quereres, quero saber dos seus sonhos,
e das suas sombras, quero amar os defeitos,
das minhas lágrimas quero querer pensar em estar contigo, mesmo que esse pensamento seja breve
com as minhas mudanças quero escrever palavras tuas
E das dores e alegrias que posso colher, não consigo me arriscar.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

rastro

Mas eu preciso de um nova forma, eu preciso esquecer as dores das ruas e rabiscar todo o meu texto, eu preciso espisinhar minhas verdades confortáveis e desmascarar esse sorriso forte. Eu preciso viver.

Se Puder Sem Medo

Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava
Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo
Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha
Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo
Deixa a luz do quarto acesa a porta entreaberta
O lençol amarrotado mesmo que vazio
Deixa a toalha na mesa e a comida pronta
Só na minha voz não mexa eu mesmo silencio
Deixa o coração falar o que eu calei um dia
Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo
Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia
Deixa tudo como está e se puder, sem medo
Deixa tudo que lembrar eu finjo que esqueço
Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa
Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito
Pra dizer te vendo ir fechando atrás da porta
Deixa o que não for urgente que eu ainda preciso
Deixa o meu olhar doente pousado na mesa
Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso
Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa
Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo
Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande
Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo
Se o adeus demora a dor no coração se expande
Deixa o disco na vitrola pr'eu pensar que é festa
Deixa a gaveta trancada pr'eu não ver tua ausência
Deixa a minha insanidade é tudo que me resta
Deixa eu por à prova toda minha resistência
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro
Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila
Deixa pendurada a calça de brim desbotado
Que como esse nosso amor ao menor vento oscila
Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa
Deixa um último recado na casa vizinha
Deixa de sofisma e vamos ao que interessa
Deixa a dor que eu lhe causei agora é toda minha
Deixa tudo que eu não disse mas você sabia
Deixa o que você calou e eu tanto precisava
Deixa o que era inexistente e eu pensei que havia
Deixa tudo o que eu pedia mas pensei que dava

Oswaldo Montenegro       

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Que cores são essas?

Que cores são essas?  Já que estamos infinitamente sem recursos para redescobrir o nosso céu.
Sem negar qualquer aspiração ao milagre, sem desacreditar um minuto " na pureza das crianças", sem deixar que sequem minhas lágrimas diante das explosões dos planetas madrugada  adentro. Impossível, óbvio que é impossível, já que um dia eu me encontrei diante daquele céu. (Sentei, olhei para o alto, fiquei em em silêncio numa madrugada dessas e ao olhar pro alto, vi que não havia película alguma entre nós. Eu feito criança, sorria com meus olhos, e via sem ajuda dos binóculos, mais de um milhão de estrelas, não senti medo nem do escuro e entendi porque ali seria, de fato, o quintal do mundo.) Não há como perder as esperanças. Mas me pergunto: Que cores são essas?