domingo, março 11, 2007

Pretensão dos Sonhos


Precisa-se.

Sempre que a corda aperta abrimos as mãos sem pensar.
Observamos os dias, que passam. E vejo distância do que sempre busquei pra mim: laços incondicionais.
É certo que tudo se condicione; há e sempre há de haver algo muito maior do que você e do que eu. Pra uns, isso atua como uma barreira, impulso pra estagnação. Pra outros, apenas mais um degrau dessa busca infindável. E tentar pensar no meio de tudo isso, não é tarefa nada fácil, à nós que não queremos sentir dor. Pensar dói .
Engraçado que outro dia alguém disse: o amor é assim mesmo, dói e dói mas depois passa -doer é parte grande do que se sente ou do que se pode sentir.
Passadas variações de tempo e de espaço físico, o que resta é sempre sentimento abstrato (concreto somente dentro de nós) e nós, fazemos na medida das nossas verdades, que ele seja piamente real: Fé.

Mas se pararmos pra pensar que é sentir que nos move - tudo pode passar a ser uma grande contradição ou ilusão então ....

Acredito que acreditar é a maior verdade que possa haver.

E se me perguntarem no que acredito?

Creio, creio não -acho que, setenciar-me agora não seria tão adequado quanto não me setenciar - essa sensação constante de crescimento e distância dos valores, que eram tão fortes e tão sonhados, pelo amor da nossa juventude, fere forte dentro do nosso peito, traz uma sensação de fim de estrada -fim da linha imaginária, como se os sonhos não pudessem mas se realizar ou talvez nem ao menos pudessem ser sonhados. Acho que se finda em uma espécie de túmulo, dramas à parte, é sim como a morte de coisas ternas, brilhantes, eloquentes e infinitas.

E se eu ver morrer a flor mais linda que humano já pôde plantar?
Alguém vai me dizer o que fazer?

Muitos dizem: não tenho medo de nada. Eu tenho medo de tudo, até da tristeza que já passou por mim e as vezes tenho medo que ela volte a me assombrar. Por vezes volta.
Medo de voltar a achar que tudo pode ser ilusão.
medo do escuro literário que assombra um coração amante.
medo de contradizer até a alma, por que o mais viril de todos já se contradisse e nada pudemos fazer.

o Amor ainda é refratário fundo, denso, chama forte e quente, doce. É a pretensão dos sonhos .
e ainda assim, é premisso de nossas vontades.
pode ser amargo se quisermos.

Só existe o que permitimos?

Isso sim é viver na loucura. O medo de amar.
No amor corriqueiro,vejo, o mais importante não é amar, e sim ser amado da mesma maneira e com a mesma intensidade que julgamos que amamos.


Deve ser por isso que não me enquadro e fingo que desisto.