sexta-feira, maio 28, 2010

Troca Visível

- sinto que estou juntando minhas coisinhas.


-A Polaroid que me tem, por logo saíra da cabeça. E camadas por camadas desse pensamento, flui, se esvai. - Por fim? O pouco que me cabe, a leve sensação... Sinto que a busca se faz presente à procura de um estado de espírito ideal.

- A fotografia, o retratista, sua língua... A foto que antes lambuzada, alegre e entregue, hoje nem por sonho, sonho mais, e num processo inverso desaparece, fico nu. “agora só resta uma foto que o retratista tirou..."

- Toda chuva santa, lava, limpa ilude e acalma. Da morte, tudo se renova. Chega dos benfazejos, dos que servem para o acalanto da alma. Não há mais falta de visão, nem ensaios do que se foi e como será. O agora, o instante já, dito por outra, é sutil, minucioso, é delicado, por si vale a dedicação. “Diz-me então quem é essa nova mulher. Você sabe como ela é?" sinto sede de seus olhos e me entrego, quero , por mais que fisgue a dor, quero. Não só disso vive o homem. Mas quero! Quase não tenho mais medo do escuro.

- A fotografia, o retratista, sua língua... A foto que antes lambuzada, alegre e entregue, hoje nem por sonho, sonho mais, e num processo inverso desaparece, fico nu. Um homem nu não fica nu por tempo algum, as coisas se transformam, e antes, do frio que sentia resta calor, e um olho que intriga com uma voz que não é desse lugar.

Gabriel Ide

quinta-feira, maio 27, 2010

Novos Dias

São fatias novas
Das mesmas coisas que não entendo
São fatias novas
Das dores que eu já sentia

quarta-feira, maio 26, 2010

                                             Deus
Sempre tive muito medo de só perceber a beleza das coisas, no sentindo mais completo dessa palavra, quando elas chegassem ao fim. Mas aqui consegui viver a maioria de meus dias como se fossem os últimos. E cada um de vocês, de várias e variadas formas, marcaram para sempre minha vida e a minha forma de olhar para o mundo. Se é que me entendem.
Acho o Paulo Coelho um escritor super brega, desculpem, mas é um questão de gosto mesmo. Nunca achei que eu, com minha aspiração a Filósofa e minha pretensão, usaria um trecho dele para dizer até. Mas enfim, ele acabou pulando no meu colo e como não sou de renegar o desconhecido:


“É preciso correr riscos, dizia ele. Só percebemos realmente o milagre da vida quando deixamos que o inesperado aconteça. Deus dá-nos todos os dias – junto com o sol – um momento em que é possível mudar tudo o que nos deixa infelizes. Todos os dias procuramos fingir que não nos apercebemos desse momento, que ele não existe, que hoje é igual a ontem e será igual ao amanhã. Mas, quem presta atenção ao seu dia, descobre o instante mágico. Ele pode estar escondido na altura em que enfiamos a chave na porta, pela manhã, no instante de silêncio logo após o jantar, nas mil e uma coisas que nos parecem iguais. Mas esse momento existe – um momento onde toda a força das estrelas passa por nós, e nos permite fazer milagres. Às vezes, a felicidade é uma bênção – mas geralmente é uma conquista. O instante mágico do dia ajuda-nos a mudar, faz-nos ir em busca dos nossos sonhos. Vamos sofrer, vamos ter momentos difíceis, vamos enfrentar muitas desilusões. Mas tudo isso é passageiro e não deixa marcas. E, no futuro, poderemos olhar para trás com orgulho e fé.”

terça-feira, maio 25, 2010

09 de setembro de 2004

será que toda menina é idiota numa fase específica da vida?

(As vezes nós cedemos outras não.É como se realmente houvesse uma guerra diária além dessa óbvia. E provavelmente, nessa espécie de batalha, o tempo passa.Os ventos sopram da forma mais piegas possível. As retas tão matematicamente provadas que iriam se encontrar, mesmo que fosse no infinito, não se encontram.E a extensão delas muito menos! Se perdem.Mas ainda assim há um novo rumo? Nessa dança supostamente as esquinas se encontram e se desencontram.

E hoje eu escolho mas ainda não sei o porquê.

Fato que peço por demais; Que desejo o que não cabe. Faço muitas perguntas, que sei, que no mesmo instante que resolvo concretizá-las, jamais poderei respondê-las.
Há muita covardia em simplesmente crer?
E a cada dia que passa, percebo que sempre amenizamos tudo de um forma bem fácil. Fingimos não fingir a dor que deveras não se sente? )



faça suas contas

Cajuzinho

a vida é coisa assim meio sem pé nem cabeça,


acho as vezes que vida não tem nem pé nem cabeça literalmente.
Até porque não há nada de literal em viver ou em estar vivo.
E se houvesse não seria nem o pé e muito menos a cabeça, que podem até existir e acho que existem, mas são literais em outra natureza.
Na verdade estou  é cheia de saudades.

Nossa troca invisível

Tô limpando minha caixa de email e li isso:

Lembro de você sempre por muitos motivos.Por lindos motivos. Parte da minha personalidade e das minhas pseudo definições mentais, construções e inclinações foram se construindo e de certa forma se fortalecendo no desenrolar da nossa convivência. Que por sinal, fazparte de minha lembranças perfeitas " in vita". Sempre fui muito feliz perto de você. Claro que continuo sendo, não estou contando com quê de nostalgia não,não mesmo, relembro com muito extâse das noites longas, das pedaladas, dos planos, do nosso relógio sem tempo, das noites no imperial, lágrimas, risadas, dores ao ver malas, luzes e casas apagadas e das intermináveis noites musicais. Das parcerias em composições e infinitos sentimentos que não posso sequer ter a ousadia de explicar. Eu te amo. E não quero nunca me esquecer de tudo que passamos. Me inclua sempre como parte da sua vida, por favor. Me escreva. Te amo. Tem data de volta? Quando para de tabalhar?

ps: odeio conjulgar o verbo parar e não poder usar acentuação. Miséria de reforma ortográfica.

quinta-feira, maio 20, 2010

A hora certa

Já passou da hora meu bem
o  café tá frio
a cama vazio
Já passou da hora meu bem
a comida nossa de cada dia acabou
Já passou da hora meu bem
de recolher meus caquinhos de amor
Já passa da da hora de ir me embora
Já era hora de ver tuas mentiras, desconstruir minhas ilusões
Chegou a hora de me refazer

segunda-feira, maio 03, 2010

mais um domingo

São 10 da manhã de um domingo esquisito. Uma sensação de nada, nem vazio nem cheio, nem bom ou ruim, será que é dormência? Ou uma boa de uma falta de sensação? Aos poucos, a casa feliz que incomodara durante tempos a vizinhança, vai ficando vazia. E a cada peça que não está mais nesse velho tabuleiro, a cada peça que não esbarrarei mais nesses corredores, me deixará ouvir o que nunca ouvira, incluindo alguns de meus silêncios. Daqui uns tempos, uns dias, gritarão ecos, gritos, ruídos, gemidos e passos que por aqui não estarão mais. Não estarão!
Não quero sentir medo. Não quero viver de ecos, mas tenho medo sim. É paralisante ter que desconstruir em fração de segundos a disposição de toda a minha mobília. Replanejar tantos espaços vazios. Sem conseguir enxergar uma mobília que se adeque, que tenha a verdadeira alma daqui. Que eu ame, assim como a mobília que era minha, cada milímetro de sua imperfeição. É assustador olhar pros lados, ver o vazio e sentir solidão. Derreter sentimentos meus, meus, sensações minhas, sonhos meus! Ter que pensar em sentar no chão de uma nova casa. Respirar fundo achando que devo me reconstruir sem ter comigo minha trouxinha das coisas mais importantes da vida, de coisas mais importantes da minha vida. O mais violento de tudo o que pode me abraçar, é vagar por esses cômodos sem mobílias, pisar nesse chão tão vazio e encontrar com a maioria de meus sonhos se desfazendo em câmera lenta de uma forma desleal, crua e não ter vontade alguma de dormir sozinho no chão.

sábado, maio 01, 2010

Perdoe meu café pequeno por favor.

É difícil. Se reviram viceralmente as estranhas. Os sons repetidos, dos zombidos repetidos, das minhas frases batidas saindo de bocas que não são minhas. Bocas a quem ensinei com o amor mais puro, o mais singelo que tive a permissão de doar,a pretensão de doar, doação, doação doação pura e meramente,de amor declarado. Assim como doei piamente, fielmente em outroras extensas, quem dirá infinitas e mediocrimente contraditórias, pura mediocridade, a algo que não será ao menos reconhecido. Não jamais em vão, jamais! Perdoe meu café pequeno por favor, é que as vezes eu preciso de amor, e caio nesse egoísmo sórdido falado de uma vontade babaca de reconhecimento, de sentimento devoto, de feedback (no sentido mais pobre dessa palavra),puro reconhecimento besta mesmo.