segunda-feira, novembro 29, 2010

Saiba esperar, não se negue a crer

quarta-feira, novembro 24, 2010

paladar apurado

Sentei me. Sentei me como quem sutilmente carrega o próprio corpo. Havia algo diferente no café. Quando dei conta da observância anterior, vi que tudo indicava uma leve tristeza no meu paladar. Não cruzei as pernas como o de costume. Debrucei sobre meus pensamentos. Eram nuvens carregadas. Eu precisava de água corrente, na cabeça, certamente. Mas entrei no café, além do café de sempre, pedi uma água. Com gás e limão por favor. A temperatura quase que ambiente incorpada as rodelas de limão, me agradavam. Senti meu âmago ou o meu coração desacelerar. Quem saberia? Relutei por alguns instantes. Mas assumi o cenário desenhado, perfeitamente,para a minha atmosfera. Centro, paralelepípedos, pessoas vagando atordoadas, muitas vozes, sinais que se confudiam com fumaça, o céu já não tinha tanta forma. Eu e meus devaneios, sutis e sentados, dentro da cafeteria. De repente se apagaram as minhas luzes, já que comecei a indagar sobre os nomes das ânsias que se comprimem por meio de palavras repetidas no meu peito. Por mais que eu re-olhasse o cardápio, meu paladar se mantivera intacto e rendido a tristeza. Então mais água. Sem cachoeira. Sem chuveiro gelado. Somente água e as borbulhas de desamor. Quando ascenderam minhas luzes, olhei para os lados e me senti como quem acha que não tem nada, como quem somatiza faltas: de esperança, amor e fé.

quinta-feira, novembro 11, 2010

nosso eu lírico

"uma dancinha meio bordô.Uma fatia, só uma fatia do que a gente sentia, já podia engolir o mundo. Eu sabia e não queria ver. Eu reijeitava a ideia mas era medo. Desculpe o meu não. Era medo de não ser o que a gente queria. Eu não queria dizer não.Tudo meu gritava sim, o corpo , alma e o coração. Mas imagine se um dia resolvessemos soltar as mãos. Nossa dancinha totalmente bordô ia acabar. Desculpe mas pensando bem  foi uma outra forma de sim. Não queria a gente tão vunerável. Estamos juntos.Esse formato de sexo oposto é pura vunerabilidade e eu só poderia conviver com a ideia de infinito. E eu que te amo e vou continuar te amando só posso querer a nossa ideia de infinito.Seque os olhos de chuva. Meu peito comprime de  um dia ter  te dito não. Não é arrependimento, é amor.E saiba, somos perfeitos nessa configuração, deita aqui no meu peito, por favor.Quero sempre secar tuas lágrimas. Mas se nós mudássemos como eu suportaria? Não gosto de briga, de dores, de jogos e recomeço. Gosto dessa eternidade que mora nos nossos olhos. Gosto dessa certeza de que estamos sempre juntos. Gosto do jeito como você me olha. Gosto do nosso jeito de salvar o mundo."

quinta-feira, novembro 04, 2010

" winter's cold, spring erases
and calm away by the storm is chasen
everything good needs replacing
Look up, look down all around, hey satellite
Rest high above the clouds; no restriction
Television we bounce 'round the world
And while I spend these hours
Five senses reeling
I laugh about the weatherman's satellite eyes"
                                 Satellite- Dave Matthews Band

segunda-feira, novembro 01, 2010

que peço e dou esmolas, mas ando e penso sempre com mais de um por isso ninguém vê minha sacola

Muito gosto.Acentos agudos, de olhos que fecham, de um coração eclodindo de febre. Não há neblina que me segure. Não há anfetamina que traga mal estar quando há um dia de ideias ensolaradas.Não há grito que cesse minha vontade. Não há cegueira que segure meus pés na Terra. Não  há corpo sem luz que me faça desacreditar que somos peças num xadrez misterioso e perfeito. Não há sangue que acabe com a minha sede. Homem, fé e  mudança. Altruísmo.E daí? Mata adentro, muita gana, muita vida que me move. Todo dia é dia de Deus. Semi deuses sem roupas. Sei o que somos. Me atraco com essa sua ideia de vangloriar-se, de jogarmos, de sermos um corpo, só um corpo de venda rentável. Respeito mas é só isso.
Amo o amor e isso é tudo. Reverências serão sempre as minhas referências. Quero minhas verdades exuberantes.Penso no bem, nessa eternidade que está chegando, na caridade, sem vaidade, daquele outro plexo solar que há de ser nosso.Quero muitas lágrimas nos meus ombros e milhares de umbigos azucrinando e preenchendo minha vida. Minha santa ocupação de cada dia. De explodir em milhares de partículas e catar com uma pazinha todos os meus caquinhos.
Esses olhinhos novos. Será que serão azuis? Será? Suas pequenas mãozinhas sujando as paredes da casa. Borboletas na minha barriga ao pensar na vida que surge, só assim que as minhas esperanças renovam. Minto, nossas vidas são refeitas todos os dias. Dormimos e acordamos, eis aí a grande oportunidade de tudo mudar. Quem sabe se acreditarmos nos nove meses?São muitas chances, são muitas canções,são muitos dias de sol, de gargalhadas,de amor, de primavera, verão, de outono, de chá mate e café, e o cheiro da chuva no asfalto! A telepatia. De sermos apredizes. Booom!Aprendizes.Transcedentais.Andar de bicicleta e contemplar o céu,o ar, a liberdade e o vácuo. Rever as escolhas, pedir perdão, voltar atrás, sentir medo e se redesenhar. Somos o nosso próprio mundo. Não é necessário emudecer. 24 cachorros e um quintal, assim espero que:mãe, mãe! tia Ana, Tia! mais mãe, mãe, tia e tia, tio e tia, tio. Macarrão com salsicha "Alguma coisa em nossa transa é quase luz forte demais/ Parece por tudo a prova, parece fogo,parece, parece paz" Um passe natural.Nossas crianças ouvirão historinhas na vitrola. PAZ. E-ticket. Coragem ou falta de medo? Uma benção as nossas escolhas. Aquele tambor de outra cultura que estremece todas as nossas mentiras e me arranca o sossego. Meu  mar e rio. Nossos orixás de améns.Você sabe fazer trança embutida. Primos e mais primos.E essas pedras que surgem no alto da serra? Como assim? Nosso jardim no inverno. Nosso sempre jardim de inverno. Já ouvi silêncio e ventania. Um abraço de olhos fechados e sentir um amor divino sem querer mais e sem querer sentir medo.O gosto salgado da lágrima as vezes é uma forma de estar vivo. Reparei outro dia como a forma de dizer eu te amo pode ser tão singular a cada indivíduo.
Queria chorar de felicidade no seu colo.Meu dedo em sua sobrancelha pela manhã, depois de acordar e apenas um  singelo sorriso. Existem músicas que parecem que são feitas com um pedacinho da nossa alma. Há dias que  levanto e choro copiosamente de gratidão. Tenho muito ar no meu pulmão, muito amor, preciso de mais luta .De tudo, dessa podridão, dessas dores e faltas de braços para recolher os meninos nas ruas que me engolem todos dias, não posso negar que amo e que jurei a mim, que juro todos os dias, no meu cantinho, quando abro e vejo olhos, que conheço das melhores fatias de estar viva.