quinta-feira, agosto 12, 2010


"Eu não sei ao certo se tive outra vida, ainda que eu acredite.
Eu não sei, nem ao menos, se o amor que sinto é honesto a mim, ou a
quem amo, ainda que o sinta.
Não sei se o que escrevo é poesia, ou síntese de alguns guardados
que levo numa mala de carne e osso, ainda que acredite e seja
sincera.
Não sei se tudo o que desejo e sonho serão verdades convertidas
assim, para esse substantivo em real, mas por tê-los comigo já o
são, acredito.
E você que a muito não vejo, que a saudade presa a sua solitária,
queima as cartas que não me escreve, em revolta a mim como diretor
deste edifício de lembranças, acredite, lembro de você na fumaça que
me sufoca."

Raphael Neves

2 comentários:

Ulisses Barreto disse...

Aninha, você sempre me surpreende escrevendo, perfeito e fantástico, adoro e confesso que sempre adorei seus poemas, poesias,crônicas ou simples desabafos..bjos!

Unknown disse...

Lindo o texto, acho que conheço a autoria.. rs
Gosto de me encontrar em guardados alheios, me vejo aqui, em um baú de saudades.
Beijos