quarta-feira, setembro 01, 2010

ventania, pó e poeira

Eu procurava por todos os cantos.Olhava e Não via.A noite sempre se movimentava rápida demais aos meus olhos e me escapava, segundo a segundo,o nosso momento mágico.
Eram dias de angústias,noites que nunca chegavam,era um medo do medo que era,era medo do que eu poderia ser se estivéssemos longe.Eu respirava fundo e engolia toda a calmaria que podia haver.Era um gosto forte e eu observava fielmente todos os cantos da nossa casa.O mundo tinha gosto de toda essa ânsia que me engole,que você sempre notara e o gosto de toda essa Era,que duvido as vezes se foi,mas que não viria a ser.
Eu me iludia,achando que olhar por todos os lados me faria encontrar o laço vermelho,a língua presa e as nossas ideias tolas.
Não fazia sol,não tinham dias de chuva,não tinha cor,não tinha nome, não tinha gosto de nada,não doía,e eu queria ir mais fundo.Era sempre tempestade e redemoinho.Sem vento.Sem chuva santa.Algo sem qualquer sentido vago.
Aquela dormência toda me trouxe de volta à noite e eu me rasgava dentro dela,de olhos em olhos,de cores em cores,de falta de nomes que eu não queria que fossem minhas.E em cada flash que não via os teus olhos,ao menos,perto dos meus,sabia de toda a órbita que renuncíamos.Entendia que jamais cessaria essa angústia no meu peito,essa velociade da noite,essa ausência do gosto,e do medo do medo que há e sempre haverá de haver. Eu que me olhava de forma tórrida,e me olhava cheia de roupa,porque eu demorara a aceitar que não farei nunca tuas malas e não curaria as tuas ressacas.

4 comentários:

Anônimo disse...

Sem surpresa e com um choro sem ser pranto. Amo o que você pensa, desenha, escreve ou fala.Entrei sabendo que não surpreenderia, pois a minha alma filha é assim..não é desse mundo. Sua senbilidade associada a habilidade mostra um pedacinho do que és em seu escritos.
Te amooo
Silvia

Anônimo disse...

Saudades? Vontade de ter.

Isso me dói! Te dói, nos dói.

Ah, essa saudade de algum faz de contas.

Ana Notaroberto disse...

uma rio de palavras para saber de que faz de contas falamos.

Ulisses Barreto disse...

Torrencial, adorei A.C, bjos