Sentei me. Sentei me como quem sutilmente carrega o próprio corpo. Havia algo diferente no café. Quando dei conta da observância anterior, vi que tudo indicava uma leve tristeza no meu paladar. Não cruzei as pernas como o de costume. Debrucei sobre meus pensamentos. Eram nuvens carregadas. Eu precisava de água corrente, na cabeça, certamente. Mas entrei no café, além do café de sempre, pedi uma água. Com gás e limão por favor. A temperatura quase que ambiente incorpada as rodelas de limão, me agradavam. Senti meu âmago ou o meu coração desacelerar. Quem saberia? Relutei por alguns instantes. Mas assumi o cenário desenhado, perfeitamente,para a minha atmosfera. Centro, paralelepípedos, pessoas vagando atordoadas, muitas vozes, sinais que se confudiam com fumaça, o céu já não tinha tanta forma. Eu e meus devaneios, sutis e sentados, dentro da cafeteria. De repente se apagaram as minhas luzes, já que comecei a indagar sobre os nomes das ânsias que se comprimem por meio de palavras repetidas no meu peito. Por mais que eu re-olhasse o cardápio, meu paladar se mantivera intacto e rendido a tristeza. Então mais água. Sem cachoeira. Sem chuveiro gelado. Somente água e as borbulhas de desamor. Quando ascenderam minhas luzes, olhei para os lados e me senti como quem acha que não tem nada, como quem somatiza faltas: de esperança, amor e fé.
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